A
família é o campo de provas para a evolução do espírito
Regis
Mesquita
“Todos
os vínculos afetivos possuem a mesma função: criar um ambiente adequado para a
vivência do que é nobre e para a superação do que é imaturo”.
Trecho
do livro Nascer Várias Vezes
Familiares
com diferentes personalidades e diferentes níveis evolutivos têm nos vínculos
afetivos a principal força que dificulta a separação física e emocional. O
vínculo é necessário para mantê-los juntos o tempo suficiente para serem
obrigados a interagirem.
Vínculo,
portanto, força a interação e a troca. A troca entre espíritos em evolução (os
membros da família) envolve o que é bom e o que é ruim.
O
espírito não nasce em qualquer família, ele nasce na família que é capaz de lhe
oferecer o bom e o ruim que ele precisa. É uma complementação recíproca. As
vezes, esta complementação produz experiências muito difíceis, pois a
imaturidade de um pode ser fundamental para estimular a evolução do
outro.
Veja este exemplo: um pai extremamente controlador teve um
filho extremamente egoísta e raivoso. Enquanto o pai foi controlador, apenas
aumentou suas dificuldades com o filho. Graças à personalidade conturbada do
filho, o pai conseguiu superar esta tendência negativa de controlar/manipular o
outro. Seu espírito aprendeu uma importante lição; e pode (anos depois) ajudar
o filho na superação do traço egoísta. O vínculo entre os dois se manteve por
décadas, apesar das desavenças. Esta proximidade afetiva foi fundamental para a
evolução dos dois.
O
vínculo afetivo dura dezenas de anos. Deus organizou a vida desta forma porque
sabe que uma das mais importantes necessidades humanas é a paciência. Deus
é o exemplo. Tem paciência conosco; Ele sabe que poderíamos ter evoluído muito
mais ao longo de centenas de encarnações. Mesmo assim não desiste nunca de cada
espírito que Ele gera. Deus é perseverante e, por ser muito evoluído, mantém
sua satisfação mesmo sabendo dos espíritos que teimam em não evoluir. Este é o
modelo a ser seguido por pais e filhos, irmãos e irmãs: seguir o caminho nobre
mesmo que o outro não o faça; focar em ofertar o que é nobre mesmo que o outro
não consiga retribuir.
A
família é o campo de provas dos espíritos, principalmente dos espíritos mais
evoluídos. Vivendo em família, eles terão mais a ofertar do que os outros
membros menos evoluídos. O orgulho torna muito difícil a situação na qual se
oferta bastante e a retribuição é pouca. Todavia, o espírito mais evoluído deve
ter a consciência de que sua evolução somente terá continuidade se ele
enfrentar o seu orgulho. Dentro dele surgirá o boicote à sua evolução, pois seu
ego lhe causará mal estar por estar sendo “bobo” ou sofrendo “à toa”. Esta é
uma das batalhas em família; parte da luta acontece na relação com os outros
membros da família e parte acontece internamente.
Viver
em família é lidar com um conjunto de forças internas e externas que mobilizam
as pessoas para enfrentarem o desafio de suas missões de vida. Quem aproveitar
este desafio irá evoluir e terá como prêmio a superação facilitada de todos os
problemas e o usufruto maior de todas as qualidades e oportunidades.
Fonte: